segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lista secreta: alvos no Brasil

Site polêmico revela relação de locais ‘vitais’ aos EUA que poderiam atrair ações terroristas

Washington (EUA) - Pesadelo do governo dos Estados Unidos, o site WikiLeaks divulgou ontem uma lista secreta de locais estratégicos para os EUA e que podem ser alvos de terrorismo. Desta vez, sobrou até para o Brasil: o documento inclui cabos submarinos e jazidas de nióbio e manganês em estados do País, inclusive no Rio.

A lista foi elaborada em 2009, após o Departamento de Estado americano pedir a todas as missões diplomáticas do país no exterior informações sobre instalações e recursos “cuja perda poderia impactar criticamente a saúde pública, a segurança econômica e/ou a segurança interna dos EUA”.
Arte: O Dia
Arte: O Dia
O pedido foi feito no âmbito do Plano Nacional de Proteção à Infraestrutura, que busca proteger recursos vitais a fim de evitar possíveis ações terroristas e responder bem a desastres naturais. Por isso, segundo especialistas, a divulgação da lista pelo WikiLeaks seria um ‘presente’ para organizações terroristas.

Nióbio para uso militar

No Brasil, o documento cita cabos de comunicação submarinos com conexões no Rio de Janeiro e em Fortaleza, além de jazidas de minério de ferro, manganês e nióbio em Minas Gerais e em Goiás. Não há detalhes sobre o porquê de esses locais serem importantes para os EUA. Entretanto, sabe-se que o nióbio é essencial para a indústria militar: seria usado na construção de motores de mísseis e de caças de alto desempenho, por exemplo.

O elemento também pode ser usado na construção de supercondutores, um campo de aplicação ilimitado — que vai desde a criação de novos componentes eletrônicos para computadores de alto desempenho, a sistemas de levitação magnética para trens de alta velocidade.

Já o manganês é essencial para quase tudo — sem ele o alumínio só serve para produzir panelas e o aço se torna um metal frágil. Na liga com cobre e antimônio, resulta em uma espécie de imã, usado em pesquisas científicas de precisão. Vidros de alto grau de pureza usados em laboratórios e elementos ferrosos livres de detritos também dependem do manganês.

Até 88% das reservas de nióbio do mundo estão em território brasileiro — boa parte na mina de Catalão, Goiás, e cerca de 80% do total restante na Amazônia e Mato Grosso. O Brasil é o 2º produtor de manganês do mundo.

Entre outros locais estratégicos citados no documento estão oleodutos, centros de comunicações, portos, recursos minerais e empresas de importância estratégica em países da África, Ásia, América e Europa. A lista inclui empresas médicas francesas e belgas e companhias italianas e australianas de soro antiofídico, além de fornecedores de vacina contra varíola.

Dono do site vai se entregar à polícia

Fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange pode se apresentar à polícia britânica em breve, informou ontem o advogado que representa o site em Londres. O anúncio foi feito em momento de grande pressão sobre Assange, que pode estar escondido na Inglaterra.

Também ontem, o secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, disse que o governo Barack Obama avalia que leis podem ser usadas contra o fundador do site, incluindo as relacionadas à espionagem. Assange também é procurado pela Interpol, mas por outros motivos: a extradição do australiano é pedida pela Suécia, onde é acusado de estar envolvido em um caso de estupro e assédio sexual.

“Julian Assange não é acusado de nada”, disse o advogado Mark Stephens. “Estamos negociando um encontro consentido com a polícia para facilitar o depoimento”.
(Notícia publicada no jornal O Dia, Rio de Janeiro, em 07/12/10)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Espaço aéreo em Brasília é vulnerável, dizem EUA


Telegrama da embaixada vê risco de ataque com aviões a prédios públicos

Despachos evidenciam preocupação americana com segurança no uso de lei que permite abate de aeronaves no Brasil

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

O espaço aéreo de Brasília é vulnerável ao ataque de terroristas, que podem usar um avião para atingir e destruir prédios públicos na capital federal, diz um telegrama secreto da embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Datado de 28 de março do ano passado, o despacho diplomático faz parte do lote de milhares de telegramas obtidos pela organização WikiLeaks (wikileaks.ch). A Folha é uma das sete publicações no mundo que têm acesso a esse material antes de ele ser divulgado no site.
O então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, fazia comentários sobre a aplicação da Lei do Abate no Brasil. A legislação é de 1998. Entrou em vigor de maneira plena em 2004, quando foi regulamentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Sobel relatava aos seus superiores um episódio ocorrido em 12 de março do ano passado, quando um homem roubou um monomotor em Luziânia (GO), cidade a 56 km de Brasília.
O pequeno avião era tripulado só pelo piloto e uma menina de 5 anos, sua filha. Ambos morreram quando o Embraer EMB-712 caiu no estacionamento do maior shopping center de Goiânia.
O interesse dos norte-americanos é sobre como a Força Aérea Brasileira coloca em prática a Lei do Abate.
Para que o piloto de um caça da FAB possa atirar para destruir um avião hostil é necessário passar por vários procedimentos -até uma ordem presidencial.
Tudo funcionou no caso do avião roubado em Luziânia. Não houve disparos contra o pequeno avião, que foi acompanhado por um Mirage e por um T-27 Tucano, ambos da FAB.
O embaixador Sobel fez um comentário: "[O caso] Iluminou uma vulnerabilidade para ações com potencial terrorista, dado que a decisão [de atirar] não teria sido tomada a tempo de impedir o piloto se ele tivesse condições de jogar seu avião em um alvo, ou outro prédio, inclusive em Brasília".
O diplomata norte-americano explica haver uma lacuna na regulamentação da Lei do Abate no Brasil. A regra detalhada sobre ataque a aviões hostis se refere sobretudo a casos em que há suspeita de transporte de drogas ilícitas "na vasta região Norte do Brasil, e não a potenciais ataques a cidades".
Sobel conclui que os brasileiros "consideram os seus procedimentos de abate eficazes, mas devem buscar formas de acelerar o processo decisório durante um potencial ataque terrorista".
Nesse caso de Goiânia, a FAB de fato temeu um possível atentado igual ao 11 de Setembro de 2001, quando aviões foram sequestrados e jogados sobre o World Trade Center, em Nova York, que foi destruído, e o Pentágono, em Washington.

INFLEXÃO As observações críticas da diplomacia norte-americana são em certa medida paradoxais. Agora, falam sobre a necessidade de o país ter mais celeridade na tomada de decisão para abater aviões.
Num passado recente, porém, o governo dos EUA se opunha fortemente ao Brasil ter uma Lei do Abate. Essa pressão deixou o país muito tempo sem regras.
Sem a lei, durante anos havia relatos sobre os milhares de voos clandestinos no espaço aéreo brasileiro.
A oposição dos EUA ocorria pelo temor de que a FAB não tivesse condições de discernir sobre quais seriam aviões de fato hostis e que mereceriam ser derrubados.
Aviões militares norte-americanos no passado costumavam entrar sem avisar no espaço aéreo brasileiro, sobretudo na fronteira norte.
Essas aeronaves em geral trabalhavam em cooperação com os governos vizinhos, como o da Colômbia.
A legislação foi aprovada em 1998, mas sua regulamentação ficou parada até 2004. Nessa época, as Forças Armadas brasileiras concordaram em fazer um acordo de cooperação: anualmente, oficiais dos EUA visitam instalações do controle aéreo nacional e falam com os que teriam de agir em caso de aplicação da Lei do Abate.
De posse dessas informações, a cada ano, o presidente dos EUA tem de renovar a "Presidential Determination" (ordem presidencial) reconhecendo que o Brasil tem procedimentos de interdição e abate de aviões seguros, que "protegem contra a perda de vidas inocentes".
Sem essa ordem da Casa Branca, não poderia haver troca de informações sobre parte do tráfego aéreo entre o Brasil e os Estados Unidos.

(Notícia publicada na Folha de São Paulo em 12/12/10) 

domingo, 28 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

Estudo de Segurança Patrimonial (Proteção Perimetral)

Para acessar o link para o modelo proposto clique em Proteção Perimetral

sábado, 23 de outubro de 2010

Segurança Física Contra Ataques Terroristas

Efeitos de uma explosão
(Clique para ampliar)
Obs 1: o eixo horizontal do gráfico é dado em libras. 1 libra corresponde a 0,45Kg, portanto temos a seguinte correspondência na marcação do eixo:
  • 10 libras =  4,5Kg
  • 100 libras = 45Kg
  • 1.000 libras = 450Kg
  • 10.000 libras = 4.500Kg ou  4,5 toneladas
  • 100.000 libras = 45.000Kg ou 45 toneladas
Obs 2: o eixo vertical do gráfico é dado em pés. 1pé corresponde a 30cm, ou 0,3m, portanto temos a seguinte correspondência na marcação do eixo:
  • 10 pés =  3m
  • 100 pés = 30m
  • 1.000 pés = 300m
  • 10.000 pés = 3.000m ou 3Km
Exemplo: considere uma Van carregada com 450Kg de TNT. Os efeitos da explosão são apresentados no gráfico abaixo.
(Clique para ampliar)
Exemplos reais:

1. Atentado de Oklahoma City
  • 19 de abril de 1995.
  • Alvo:Ed. Federal Alfred P. Murrah. 
  • Resultado: 168 mortos e mais de 500 feridos. 
  • Considerado, até os Ataques de 11 de Setembro de 2001, o pior atentado ocorrido em solo americano.
  • A explosão destruiu completamente a fachada e muitos pisos do edifício, no entanto, não conseguiu derrubá-lo em sua totalidade.
  • Na rua em frente ao edifício foi estacionado um caminhão que continha cerca de 2.300 kg de explosivos caseiros. 
  • A bomba era composta de nitrato de amônia misturado com combustível, e nitrometano, um combustível altamente volátil;
2. Atentado de Buenos Aires
  • 18 de julho de 1994.
  • Alvo: Ed. Associação Mutual Israelita Argentina
  • Resultado: 85 mortos e aproximadamente 300 feridos. 
  • Uma van carregada com cerca de 275 Kg fertilizante nitrato de amônia e óleo combustível. 
  • A van foi posicionada em frente ao prédio a uma distância de 3 a 5m.
  • O edifício colapsou.

3. Atentado em Manchester, Inglaterra.

  • 15 de junho de 1996.
  • Estimativa: 1500 Kg de nitrato de amônia.
  • Não houve mortos. Cerca de 200 feridos.
  • 2 bilhões de libras em prejuízos.

 
4. Atentado ao Khobar Tower Complex, Arábia Saudita.

  • 25 de junho de 1996.
  • Edifício residencial da Força Aérea Americana.
  • Estimativa: 9 a 14 Ton de TNT carregadas em um caminhão de lixo.
  • 372 mortos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Segurança Física em Indústrias

Linha do Tempo de uma invasão criminosa a uma área industrial.

Estimar quanto tempo levará uma ação criminosa possibilita que o Gestor de Segurança planeje as ações necessárias para deter o criminoso ou que tome as medidas necessárias para aumentar este tempo.  
  • Planejar ações significa coordenar as equipes e os meios disponíveis de forma a interceptar o criminoso antes que este possa se evadir do local. 
  • Tomar as medidas necessárias para aumentar o tempo da ação criminosa implica em reforçar os sistemas físicos (passivos) de forma a exigir mais força, mais ferramentas ou mais habilidade do criminoso, retardando sua ação em cada uma das etapas da linha do tempo.
 A figura abaixo apresenta um exemplo genérico de uma  linha do tempo de uma invasão criminosa a uma área industrial (Fonte: MIL-HDBK-1013/1A Design Guidelines for Physical Security of Facilities)


  1. Ultrapassar a cerca.
  2. Correr aproximadamente 80m.
  3. Arrombar a porta.
  4. Caminhar aproximadamente 50m.
  5. Arrombar a porta.
  6. Encontrar o compartimento.
  7. Arrobar o compartimento.
  8. Pegar o material e fugir.


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PC3A em Bairros Residenciais

Controle de Trânsito

A idéia básica na utilização dos princípios do PC3A no controle de trânsito tem por finalidade reduzir a criminalidade e/ou ações que possam gerar conflitos ou situações de risco para os moradores de um bairro.

A técnica consiste em controlar o acesso ao interior do bairro de forma a impedir os não-residentes de cortarem caminho utilizando suas ruas ou, simplesmente, desencorajar a circulação de pessoas estranhas pelo interior do bairro.

Considere a figura a seguir uma rede de ruas que cortam um determinado bairro.
  • A primeira opção seria implementada através de um controle de fronteiras, fechando a maioria das ruas. O acesso seria limitado a apenas dois pontos os quais se conectam com as ruas internas.
  • A segunda opção seria a de criar barreiras para impedir o tráfego de atravessar o bairro por completo.  Qualquer veículo, para acessar e/ou se retirar de um determinado local deve entrar e sair pela mesma rua.
  • Outra possibilidade seria através do trafego de mão-única o qual também reduz as possibilidades de veículos utilizarem o bairro apenas para cortar caminho.




quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - REDUÇÃO DAS VULNERABILIDADES

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental

REDUÇÃO DAS VULNERABILIDADES - Algumas situações e alguns lugares deixam as pessoas e as propriedades mais vulneráveis a danos do que outros. Em geral, lugares escondidos ou com pouca freqüência de pessoas tendem a ser mais perigosos. Ao mesmo tempo, algumas pessoas são mais vulneráveis que outras e alguns locais mais visados do que outros.
Assim:
  • Os ambientes devem ser projetados de forma a reduzir riscos e vulnerabilidades.
  • A concepção dos ambientes deve evitar criar lugares escondidos ou escuros.
  • Dependendo do caso, um ambiente pode ter mais de uma opção de caminhos para permitir a fácil aproximação e/ou o fácil abandono da área.
  • Em qualquer caso, a segurança deve ser considerada conjuntamente com a finalidade do ambiente.
  • Deve-se prestar especial atenção a locais potencialmente vulneráveis (Ex: estacionamentos abertos, ambientes isolados ou mal iluminados, ...)
  • Locais que não podem oferecer segurança apenas devido as suas características próprias, devem ser monitorados e/ou utilizados de forma controlada.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - GERENCIAMENTO

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental (PC3A)

GERENCIAMENTO - Locais limpo, bem cuidados e manutenidos, ou seja, bem gerenciados,  tendem a atrair pessoas de boa índole, conservando assim a  sensação de segurança e conforto do ambiente.
Para tanto:
  • os ambientes precisam ser concebidos de forma a minimizar a possibilidade de danos ou de necessidade de manutenções não-programadas;
  • deve-se instalar equipamentos e materiais de boa qualidade e de alta resistência, minimizando os efeitos danosos causados por vândalos ou pela ação das intempéries;
  • devem ser implementados sistemas de manutenção preventiva e corretiva, de maneira a manter sempre a mesma qualidade do ambiente;
  • realizar inspeções e auditorias periódicas também devem ser implementadas em todas as estruturas presentes no ambiente;
  • utilizar acabamentos resistentes, que permitam lavagem ou substituição rápida, limitando o vandalismo e as pichações.Se for possível, considerar a possibilidade de utilizar limitadores de acesso;
  • implementar sistemas que facilitem às pessoas reportar problemas que ameacem a segurança ou que prejudiquem a qualidade do ambiente, de forma prática e rápida.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - SENSO DE PROPRIEDADE

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental

SENSO DE PROPRIEDADE - A vigilância passiva ocorre quando pessoas que não estão diretamente envolvidas com a segurança de um ambiente contribuem de forma espontânea para a mesma.
  • O senso de propriedade é crucial para o estabelecimento deste tipo de vigilância. 
  • Constitui-se numa importante estratégia na prevenção do crime. 
  • Pessoas que se sente "proprietárias" de um determinado ambiente estão muito mais propensas a utilizarem este local com o devido cuidado e a se preocuparem com a segurança dos demais. 
  • Para criar senso de propriedade nas pessoas: 
    • elas devem sentir orgulho do ambiente, 
    • devem ser criadas oportunidades de crescimento e de desenvolvimento,
    • atividades permanentes e motivadoras devem ser planejadas, e
    • a participação de todos os envolvidos deve ser incentivada.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - TERRITORIALIDADE

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental (PC3A)

 TERRITORIALIDADE - As pessoas se sentem inseguras quando desconhecidos ultrapassam os limites do seu "território".
  • Igualmente, outras preferem evitar qualquer tipo de mal entendido sabendo exatamente onde começa e onde termina uma área privada ou restrita.
  • No estabelecimento de limites não deve haver ambiguidade. Deve-se estabelecer claramente o que é público e o que é privado, o que é permitido e o que é restrito.  
  • A territorialidade não deve ser estabelecida com perda significativa de visibilidade. 

domingo, 26 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - LEGIBILIDADE

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental (PC3A)

LEGIBILIDADE - Um ambiente urbano é dito legível se é concebido de forma que as pessoas saibam exatamente onde estão e como fazer para chegar onde desejam.

  • Em um ambiente legível: 
  •  - Exemplo de ambiente NÃO-legível. -
    • as pessoas não se sentem confusas e não costumam se perder,
    • as pessoas conseguem facilmente identificar os locais onde estão ou para onde desejam ir baseado no tipo de serviço/ambiente em que estão interessadas,
    • as chances de alguém se perder ou de errar o caminho são menores,
    • as pessoas se tornam mais confiantes e menos estressadas,
  • A sinalização de ambientes urbanos bem como de locais privados cumpre importante papel na legibilidade dos mesmos.


sábado, 25 de setembro de 2010

Princípios Básicos da PC3A - VISIBILIDADE

Princípios Básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental (PC3A)

VISIBILIDADE - A fim de obter visibilidade sobre um ambiente deve-se combinar:
    1. a arquitetura dos locais públicos tais como ruas, praças e parques;
    2. as atividades para as quais estes foram projetados;
    3. a arquitetura dos prédios que definem este espaço ou que sejam contíguos ao mesmo, e
    4. as atividades previstas para estes prédios a fim de que estes atraiam pessoas para o ambiente. 

  • Prédios devem ser concebidos para permitir a visibilidade do ambiente como um todo. A urbanização deve ser estabelecida de forma a não prejudicar esta visibilidade.
  • Ações que facilitam a visibilidade:
    • Diversificar o uso dos ambientes misturando em um mesmo local lojas, escritórios, restaurantes, ...
    • fixar as pessoas no local,
    • atrair pessoas,
    • encorajar o movimento de pedestres pelo ambiente, 
    • permitir que as fachadas dos prédios tenham boa visibilidade sobre o ambiente exterior e vice-versa,
    • prever atividades para os diversos ambientes, atraindo pessoas para os mesmos,


    • manter linhas de visada livres de obstáculos,
    • eliminar os "pontos cegos",
    • considerar o uso dos espaços durante o dia e durante a noite,
    • iluminar adequadamente os diversos ambientes.

sábado, 18 de setembro de 2010

PC3A em Estacionamentos

De todos os tipos de imóveis, excetuando-se os residenciais, as garagens e estacionamentos são os mais propensos à ocorrência de crimes, não apenas contra as pessoas mas também contra a propriedade privada.

Um Shopping Center típico requer uma área de estacionamento 1,5 vezes maior do que sua área de lojas.
Em um dia movimentado, 10.000 pessoas podem estar circulando pelas lojas, mas apenas uma pequena fração estará no estacionamento. 
Isto fortalece a idéia de que um indivíduo possa estar isolado em uma área de estacionamento, o que contribui para atrair pessoas mal intencionadas e criminosos.

Foto aérea do Barra Shopping Sul, Porto Alegre, RS.

Além da enorme área abrangida, outras características que tornam os estacionamentos propensos ao crime:
  • os carros estacionados proporcionam locais para que criminosos se escondam;
  • muitos estacionamentos são abertos ao público;
  • um indivíduo mal intencionado que pretende arrombar um carro não é facilmente reconhecido pelas pessoas comuns.


Garagens e estacionamentos bem projetados e que atendam aos princípios básicos da Prevenção do Crime Através da Arquitetura Ambiental (PC3A), oferecem segurança tanto para as pessoas como para os veículos ali estacionados. 

A obtenção de segurança em garagens e estacionamentos deve ser focada nos seguintes aspectos:


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10 Dicas de PC3A para garagens e estacionamentos:

1.Visibilidade:  escadas devem ser visíveis e não fechadas entre paredes.

2. Visibilidade: elevadores também devem estar próximos à entrada principal e posicionados de forma que ao abrirem as portas possibilitem ver seu interior com facilidade.

3. Visibilidade: substituir paredes por grades, alambrados e outros tipos de divisórias que aumente a visibilidade.
4. Legibilidade:  os acessos, escadas, elevadores, etc., devem ser bem definidos e sinalizados. Faixas de pedestres, locais de estacionamento, direções obrigatórias, etc. devem ser bem sinalizados com pinturas no chão.

5. Legibilidade:  garagens devem ser pintadas com cores claras e reflexivas, aumentando a legibilidade do ambiente.

6. Controle de Acesso: as entradas de pedestres devem ser posicionadas próximas as entradas de veículos.

7. Controle de AcessoCom respeito ao número de E/S, o ideal é que se tenha apenas UMA ENTRADA e UMA SAÍDA.

8. Territorialidade: O controle perimetral deve canalizar as pessoas para a entrada/saída correta. Para tanto, pode-se utilizar: alambrados, mudanças de nível, ajardinamentos, outros obstáculos arquitetônicos. 

9. Gerenciamento: manter o ambiente sempre limpo, incluindo as paredes e pilares, que devem ser claros e reflexivos. Manter sempre bem manutenidos os equipamentos de CFTV e as luminárias.

10. Gerenciamento: Locais de estacionamento públicos e privados devem ser bem diferenciados e, de preferência, separados fisicamente. Em princípio, o horário de funcionamento deve atender ao horário comercial local, com fechamento e segurança garantida nos demais horários, dependendo do caso.







domingo, 12 de setembro de 2010

Segurança Física em Condomínios Residenciais

Guaritas
Deve se constituir no ponto mais seguro do condomínio. Para tanto:
  1. Deve estar posicionada de forma a permitir a máxima visualização dos portões, dos limites do terreno e dos pontos de controle de acesso.
  2. Deve oferecer segurança para que está dentro.
  3. Deve prover à equipe de segurança todos os meios para gerenciamento de qualquer situação de perigo.

Recomendações:
  • Localização recuada em relação ao limite do terreno.
  • Vidros a prova de balas e com película que permita apenas a visualização de dentro para fora.
  • Passa-objetos.
  • Portas reforçadas.
  • Sistema de comunicação
    • com os condôminos (interfones),
    • com os demais membros da segurança (rádios comunicadores),
    • com a polícia, bombeiros e outros serviços de emergência (telefone).
  • Monitores do CFTV,
  • Painel de controle do Sistema de Alarme Contra Intrusão (SACI),
  • Painel de controle do Sistema de Detecção e Alarme de Incêndio (SDAI),
  • Botão de pânico.
  • Sistema de Controle de Acesso (SCA).
  • Todos os portões devem ser bem iluminados.
  • Deve existir sistema de intertravamento entre portões sucessivos.
  • Internamente uma guarita deve ter:
    • Boa iluminação,
    • Banheiro,
    • Café e água,
    • Ar-condicionado,
    • ... 
Sugestão de Lay-out:



Equipamentos e Sistemas para uma guarita de um condomínio residencial:

sábado, 4 de setembro de 2010

Iluminação de Segurança

Recomendações para Iluminação de Segurança em Condomínios Residenciais

  • Deve existir iluminação em toda a cerca e, principalmente, nos portões a fim de melhorar a visibilidade e deter iintrusos.
  • Níveis de iluminamento recomendados para Segurança em Condomínios Residenciais:
  1. Entradas inativas: 1 lux
  2. Perímetro (áreas externas): 1,5 lux
  3. Perímetro (áreas restritas): 4 lux
  4. Entradas de veículos: 10 lux
  5. Entradas de pedestres: 20 lux
Entendendo um pouco de iluminação
  • Fluxo luminoso: capacidade de emissão de luz de uma fonte luminosa (lâmpada, fogo, etc.). É uma característica itrínseca a esta fonte e é medida em lumens (lm).
  • Iluminamento: resultado do fluxo luminoso produzido por uma fonte luminosa (lâmpada, fogo, etc.) em uma determinada área. O fluxo luminoso de 1 lumen incidindo sobre uma área de 1 m²  produz o iluminamento de 1 lux.
  • Luxímetro: aparelho destinado a medir iluminamento.
  • Níveis típicos de iluminamento:

    domingo, 29 de agosto de 2010

    CPTED - Vigilância Natural

    Recomendações para Vigilância Natural em Bairros Residenciais
    • Eliminar pontos-cegos, locais escondidos, terrenos baldios, e qualquer local onde não haja vigilância natural sobre o mesmo. 
    • Áreas abertas para lazer, parques e praças devem estar localizados em áreas bem visíveis, sob a vigilância natural dos moradores.  
    • Iluminar os locais mais utilizados pelos pedestres a fim de permitir o rápido reconhecimento de ameaças durante a noite.
    • Todas as áreas sujeitas a utilização durante a noite devem estar bem iluminadas.
    • Em ruas por onde trafeguem carros e pedestres, ambos os locais devem ser iluminados.
    •  A área iluminada por uma luminária deve se sobrepor à de outra, evitando a criação de regiões escuras.
    • A área iluminada deve extrapolar o local por onde os pedestres se deslocam e iluminar também suas adjacências.
    •  A iluminação deve considerar a vegetação existente de tal forma que esta não prejudique aquela.
    • A iluminação deve ser reforçada nos pontos de entrada/saída da área considerada. 
    • Luminárias devem ser resistentes ao vandalismo. 
    • Onde apropriado, devem ser utilizados sensores fotoelétricos e sensores de proximidade. 
    • Como regra geral, a iluminação deve permitir que as pessoas sejam identificadas, durante a noite, a uma distância mínima de 15m.